Enquadramento

O Mosteiro de São Vicente está intimamente ligado ao serviço do Bispo de Lisboa. Partilhando o seu Orago – São Vicente – com o Patriarcado de Lisboa, atualmente o edifício alberga os serviços da Cúria diocesana e é o local onde o Cardeal Patriarca de Lisboa governa a Diocese e acolhe aqueles que o procuram. Para além da Cúria, serviços administrativos e Tribunal Patriarcal o Mosteiro alberga também um espaço museológico que procura registar os momentos mais importantes da história e do legado do Patriarcado de Lisboa.

História do Mosteiro

Durante o cerco a Lisboa, em 1147, D. Afonso Henriques fez uma promessa: caso conseguisse conquistar a cidade mandaria erguer um mosteiro dedicado a São Vicente, um santo muito venerado entre os moçárabes. Esse mosteiro foi fundado no mesmo ano, do lado de “fora” das muralhas da cidade e assim se justifica a toponímia do edifício.

Mais tarde, em 1580, dava-se início à Dinastia Filipina, cuja grande obra deixada foi a reconstrução do Mosteiro de São Vicente de Fora. Este projeto teve como principais arquitetos Filippo Terzi, Juan Herrera e Baltazar Álvares, e é considerada a primeira grande construção Maneirista em Portugal, que serviu de modelo a outras edificações religiosas.

No entanto, foi nos faustosos reinados de D. Pedro II e D. João V (séculos XVII e XVIII) que se aplicou o rico recheio artístico decorativo que se pode observar atualmente, nomeadamente os mármores embutidos e os painéis de azulejos.

O Mosteiro esteve ocupado por cónegos da Ordem Regrante de Santo Agostinho, desde a sua fundação até 1834, data da extinção das ordens religiosas. Neste período destaca-se a passagem de Santo António pelo Mosteiro, local onde viveu os seus primeiros tempos enquanto monge. No século XIX passa a pertencer ao Estado e nele é instalado o Liceu Gil Vicente, entre outros serviços estatais. Atualmente, o Mosteiro acolhe a Cúria do Patriarcado.