Entrada nobre do Mosteiro, onde eram recebidos os convidados mais ilustres. O seu acesso era realizado diretamente através da fachada principal do edifício (portal exterior, com portão de grades, no topo da escadaria).

No reinado de D. João V (primeira metade do século XVIII) a sala foi ricamente decorada com azulejos, pinturas e embutidos no pavimento, que lhe atribuíram um caráter faustoso e de grande aparato.

Este espaço foi transformado em capela no início do século XX.

Tecto
Vicenzo Baccarelli
Triunfo de Santo Agostinho sobre a Heresia
Abóbada de tijolo rebocado. Pintura a Têmpera – 1710

O teto abobadado foi pintado pelo florentino Vicenzo Baccarelli, introdutor da técnica trompe-l’oeil (“enganar o olho”) em Portugal. Trata-se de uma forma ilusória de ampliar espaços, através da pintura de arquiteturas perspetivadas, muito útil em salas com o pé direito baixo. Este teto é um dos poucos de Baccarelli que se conservou até aos nossos dias. As decorações florais foram realizadas em colaboração com o pintor Vitorino Manuel da Serra.

No terramoto de 1755 o teto foi afetado, especialmente a cena central, sendo por isso totalmente coberto com gesso. Em 1796 foi restaurado por Manuel da Costa.

A composição central retrata a Glória de Santo Agostinho. Nela pode-se observar o santo a ser elevado aos céus por um grupo de anjos. Simultaneamente, estes trespassam a figura da Heresia com o báculo de Santo Agostinho, como se fosse uma lança, e queimam os livros heréticos, em alusão aos arianos e aos maniqueus. Simboliza a boa doutrina deste Santo e Doutor da Igreja e a sua conversão do maniqueísmo ao cristianismo.